Ministério apresenta ferramentas de monitoramento da Covid-19 ao Fórum da Saúde*

Publicado em 17/12/2020

Reunião do Fórum da Saúde e comitês estaduais com técnicos do Ministério da Saúde sobre atualização de dados da Covid-19 Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ

 

Representantes do Ministério da Saúde apresentaram aos integrantes do Fórum da Saúde do Poder Judiciário nesta quinta-feira (18/12) as ferramentas criadas para acompanhar a pandemia da Covid-19 no país. A principal delas é o Localiza SUS, uma plataforma com painéis analíticos que divulga informações sistematizadas sobre o número de leitos disponíveis para os doentes, distribuição de respiradores, medicamentos e outras informações específicas sobre o esforço do Sistema Único de Saúde (SUS) no combate à crise sanitária. A tecnologia permite análises personalizáveis, com recortes de tempo, ente da Federação, faixa etária dos doentes, entre outros, de acordo com o dado pesquisado.

A supervisora do Fórum da Saúde e conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Candice Lavocat Galvão Jobim, mediou o debate entre os integrantes e os representantes do ministério que participaram da videoconferência. O diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS, Angelo Martins Denicoli, apresentou a multiplicidade de gráficos e dados que a ferramenta é capaz de produzir para dar suporte à tomada de decisões das autoridades do Executivo. “Não tenho uma foto da realidade, tenho um filme do que aconteceu de março até hoje em relação à pandemia no Brasil”, afirmou Denicoli.

A conselheira Candice questionou sobre a diferença entre os números noticiados diariamente pela imprensa e os dados do painel analítico do Localiza SUS. Denicoli afirmou que a base de dados que sustenta a plataforma é alimentada pelos órgãos de saúde de estados e municípios, o que causa uma defasagem entre a data de atualização das informações e o dia em que se acessa a ferramenta. Nesta quinta-feira (17/12), a atualização consolidava os registros relativos a 7 de dezembro.

Os representantes do Ministério da Saúde apresentaram ainda gráficos para justificar o diagnóstico do governo federal segundo o qual a doença é fatal basicamente entre maiores de 50 anos e integrantes de outros grupos de risco, como doentes crônicos. Dos 171 mil brasileiros mortos pelo Coronavírus (SARS-Cov2), apenas 20 mil teriam menos de 50 anos e duas em cada três vítimas jovens tinham alguma comorbidade, como problemas hepáticos, renais, imunodeprimidos ou Síndrome de Down.

“Sem desmerecer estratégias anteriores de lidar com a doença, a maioria dos casos aconteceu quando a orientação era para a população ficar em casa. A curva de óbitos caiu quando começamos a transmitir a mensagem de que as pessoas procurassem um médico assim que sentissem os primeiros sintomas”, afirmou. Questionada sobre a existência de um “tratamento precoce” para Covid-19, a médica Maria Inez Gadelha afirmou que a doença se torna problemática quando evolui para sua forma grave e “aí ocorre o que chamam de tempestade inflamatória, que ataca pulmão e coração”, disse.

Para esses casos, defendeu a prescrição de um coquetel de medicamentos composto por cloroquina (hidroxicloroquina), ivermectina, azitromicina e vitamina D. “A cloroquina é um medicamente de larguíssimo uso em muitos doentes. É um potente antiinflamatório utilizado contra o lúpus e outras doenças, porque é imunodepressor para inflamações. O que muda são as doses. A indicação é múltipla, ou seja, a cloroquina não é utilizada isoladamente, pois sempre prescrita no mínimo junto com ivermectina e azitromicina, além da vitamina D”, disse a médica.

O diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS, Angelo Martins Denicoli, afirmou que procurar um médico antes do terceiro dia aumenta as chances de recuperação e que, após o sexto dia de sintomas, pode ser tarde demais para o infectado pela Covid-19 – 75% dos entubados e 54% daqueles pacientes encaminhados para Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) morreram, segundo Denicoli.

A médica Clarice Petramale, integrante do Fórum, relativizou o aproveitamento das informações do Localiza SUS em análises sobre o avanço e o enfrentamento da doença, devido ao atraso entre as datas das ocorrências e dos registros no sistema. “Fica difícil tirar alguma inteligência de dados defasados”, afirmou. O ex-conselheiro do CNJ e procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Arnaldo Hossepian, questionou se as taxas apresentadas pelo Ministério da Saúde eram do padrão internacional, o que foi confirmado pelos representantes do governo Federal.

A supervisora do Fórum da Saúde, conselheira Candice Lavocat Galvão Jobim, encerrou a reunião com votos de um ano melhor. “Esperamos que em 2021 estejamos em um outro patamar, com pessoas vacinadas. Vamos rezar para que Deus nos abençoe para que possamos controlar essa doença tão triste que assolou o país e o mundo todo”, disse a conselheira.

*Fonte: Agência CNJ de Notícias