Justiça Federal vai ao Cidadão participa de “Feira de Profissões” com alunos de pré-vestibulares comunitários

Publicado em 24/08/2017

O programa “A Justiça Federal vai ao Cidadão”, organizado pelo Centro de Atendimento Itinerante da Justiça Federal da Segunda Região (CAIJF), participou na noite de quarta-feira, 23 de agosto, da abertura da “Feira de Profissões” realizada pelo curso pré-vestibular comunitário Invest. Na ocasião, a juíza federal Adriana Alves dos Santos Cruz, titular da 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, falou para uma plateia de cerca de duzentos alunos do próprio Invest e dos cursos comunitários parceiros Popular, Mais Nós e Sociedade Brasileira para a Solidariedade – Obra de Promoção dos Jovens (SBS/OPJ). Também prestigiaram o evento estudantes do último ano do curso de ensino médio para jovens e adultos do Colégio Santo Inácio, no bairro carioca de Botafogo.

O CAIJF é vinculado ao Núcleo Permanente de Solução de Conflitos, do Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF2). O encontro teve lugar no auditório do Santo inácio, onde são realizadas as aulas do Invest. Adriana Cruz abriu sua apresentação contando um pouco de sua trajetória pessoal e profissional e do sonho de juventude de se tornar juíza federal e, especificamente, de atuar na jurisdição penal. A vara que ela comanda é especializada no processamento e julgamento de crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.

 

 

A juíza federal Adriana Cruz palestrou para uma plateia de cerca de duzentos alunos de um curso pré-vestibular comunitário
A juíza federal Adriana Cruz palestrou para uma plateia de cerca de duzentos alunos de pré-vestibulares comunitários

 

Ela contou que, pouco depois de formada em Direito, em 1993, prestou concurso e foi aprovada para o corpo jurídico do Banco Central, o que a levou a se transferir para Brasília. Apesar da estabilidade do cargo público, contudo, ela disse que não deixou de lado seu ideal: “É preciso estarmos sempre atentos para não nos acomodarmos numa situação, por mais favorável que ela seja”, alertou, destacando a importância de se ter objetivos que estejam alinhados com o que se deseja de fato e não com as expectativas alheias: “É necessário ouvir os nossos corações para saber o que queremos de verdade, independentemente do que a sociedade espera de nós. O sucesso é uma trajetória pessoal, construída individualmente. Ele ocorre quando realizamos o que nos faz felizes. O que é sucesso para mim, pode não ter o mesmo significado para outra pessoa. Além disso, quando fazemos um trabalho de que gostamos, as chances de fazermos bem feito, de nos desenvolvermos ao máximo, são muito maiores”.

A magistrada também lembrou a importância para o profissional de qualquer área de se manter sempre atualizado, buscando aperfeiçoamento constante e refletindo sobre seu papel na sociedade e acerca do que é possível fazer em benefício da coletividade. Em seguida, Adriana Cruz conversou com o público sobre o trabalho da Justiça Federal e as diferenças entre a atuação desse ramo do Judiciário e outros – principalmente a Justiça Estadual: “O juiz, sobretudo na esfera penal, tem de conviver com diferentes realidades sociais e, muitas vezes, é difícil não se sentir afetado no contato com os dramas pessoais com os quais convivemos. Mas é preciso lutar e buscar o equilíbrio. Quando condenamos alguém, o dia fica azedo. É inevitável e, na verdade, isso não é algo que tenhamos de sufocar, porque somos humanos. Eu sempre digo que, no dia em que o juiz deixa de se ressentir com o sofrimento de um jurisdicionado, está na hora de pensar em mudar de profissão”, defendeu.

Para ela, no entanto, a maior motivação para seguir em frente está em saber que os juízes são peças importantes no amadurecimento da democracia e do bem-estar social: “A sociedade não precisa do Estado para punir. Para isso existem os justiceiros. A sociedade precisa do Estado para que a punição ocorra com limites e com justiça. Gostaria de deixar para vocês a tarefa de refletir sobre essa questão. Ao longo de muito tempo, fomos estabelecendo marcos civilizatórios, que foram conquistados com muito sofrimento e sacrifício de muitos. Não podemos transigir em relação a essas conquistas, que nos pertencem graças à luta dos que nos precederam na nossa jornada em busca da igualdade e dos direitos”, advertiu.

Logo após a palestra da juíza federal Adriana Cruz, o coordenador-geral do Invest, professor Getúlio Fidélis, fez uso da palavra para agradecer a presença dos alunos e das instituições parceiras. Ele também dirigiu um especial agradecimento ao apoio prestado pelo Colégio Santo Inácio, que disponibiliza o espaço e condições logísticas que ele qualificou como “excelentes”, tanto para as aulas do pré-vestibular comunitário como para eventos como a Feira das Profissões.

Na sequência, os estudantes foram encaminhados para o salão anexo, onde profissionais convidados de diversas áreas ficaram à disposição para tirar dúvidas, compartilhar sua experiência e esclarecer sobre a formação, o mercado de trabalho e dar dicas para os interessados em abraçar uma carreira.

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