A foto mostra um cenário com uma espécie de cortina de plástico transparente no centro. Atrás dela, uma enorme bola de plumas (ou lã) branca. Nas laterais, se percebe cercas e contenções com arame farpado. Certamente é uma obra artística exposta em algum espaço cultural. No chão, se percebe espalhado o mesmo material (plumas) utilizado para fazer a grande esfera. O fundo é verde.

comunicações . proposições artísticas
conferência . conversas com artistas

20 e 21 de junho
quinta e sexta, das 15h às 20h

local*
Cinema

*a mesa de apresentação de pesquisas de Iniciação Científica será realizada na modalidade on-line, com transmissão ao vivo pelo canal do Encontro ANPAP Sudeste no YouTube

valor
Gratuito

Link para inscrição como ouvinte
clique aqui

Sinopse

À.FLOR.DA.PELE: Encontro ANPAP Sudeste de Jovens Pesquisadores 2024 será realizado nos dias 20 e 21 de junho de 2024, no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), na Cinelândia, Rio de Janeiro. Em sua quarta edição, o Encontro dá prosseguimento à sua tradição de fomentar reflexões e trocas entre pesquisadores dos programas de pós-graduação em Artes dos quatro estados da Região Sudeste. Em 2024, além de pesquisas e proposições artísticas de mestrado e de doutorado, da participação de pesquisadores atuantes em cursos de especialização e em projetos de iniciação científica, o À.FLOR.DA.PELE contará ainda com a participação de recém-mestres e recém-doutores.

A programação do Encontro incluirá conferência, conversa com artista, apresentações de comunicações e de proposições artísticas selecionadas pela Comissão Artístico-Científica do Encontro que reúne docentes dos principais programas de pós-graduação em Artes da Região Sudeste. A mesa de apresentação de pesquisas de Iniciação Científica será realizada na modalidade on-line, com transmissão ao vivo pelo canal do Encontro ANPAP Sudeste no YouTube.

À.FLOR.DA.PELE: Encontro ANPAP Sudeste de Jovens Pesquisadores 2024 é totalmente gratuito, aberto a estudantes, docentes, pesquisadores e ao público em geral, sendo uma realização da Representação da ANPAP no Estado do Rio de Janeiro.

Ementa

Do tema do Encontro:

O Encontro ANPAP Sudeste de Jovens Pesquisadores 2024 reafirma seu tema – À Flor da Pele – buscando, desta vez, as reverberações e as reconfigurações que a contemporaneidade político-social vem assumindo nos últimos dois anos. Assim, o À.FLOR.DA.PELE pretende estimular jovens pesquisadores/as e jovens artistas a refletir sobre um cenário que, ao mesmo tempo em que deixa mazelas para trás, carrega cicatrizes de um período de pandemia, de distanciamento social e de contextos político-sociais tenebrosos.

O À.FLOR.DA.PELE: Encontro ANPAP Sudeste de Jovens Pesquisadores 2024 pretende promover reflexões e debates a partir das marcas que momentos de transição deixam no sensível que se entrega às artes. A camada mais superficial do corpo é porosa, permeável ao tempo e à sua passagem. Na pele, estão escritas histórias enigmáticas, que instauram paradoxos que convocam o corpo a caminhar por entre barreiras e restrições – chegar lá, lá onde não se está. Quase no centro de um labirinto transparente, a espiral do arame a indagar o que resta de flor quando as pétalas se vão. Na espiral das transparências, desconhecer a proibição e não temer o enigma de perceber a arte À.FLOR.DA.PELE.

20/06/2024 (quinta-feira)

PROGRAMAÇÃO VIRTUAL

Iniciação Científica

9h
MESA VIRTUAL 1 – MULHER : ESCRITA : CONTRADIÇÕES
Moderação: Prof. Alexandre Emerick Neves (UFES)

  • CONSTRUINDO RESISTÊNCIA: ARTE, GÊNERO E VIOLÊNCIA NA AMÉRICA LATINA
    Sara Diniz Aguiar (Universidade Federal de Minas Gerais)

Arte. Mulher. Violência. Gênero. Cultura.

O artigo aborda a relação entre arte, mulher e violência, destacando como a produção artística pode tanto refletir quanto desafiar as normas sociais patriarcais. Com base na pesquisa de Iniciação Científica iniciada em 2023, inspirada pelo catálogo Mulheres radicais: arte latino-americana 1960 – 1985, a autora explora como artistas latino-americanas abordam questões políticas em seus trabalhos, construindo um diálogo com a produção artística da artista e ativista cultural Lorena Wolffer. A pesquisa visa ampliar a compreensão do que constitui violência de gênero e refletir sobre a presença do corpo na arte e seu potencial político, culminando na compreensão de que a inserção pessoal na produção artística potencializa o enfrentamento coletivo e a elaboração de questões culturais que atravessam a vida das mulheres.

  • DESDOBRAMENTO DA ESCRITA NAS ARTES VISUAIS
    Kleiton Rosa Cavedo (Universidade Federal do Espírito Santo)

Escrita. Arte Contemporânea. Subjetividades. Alteridade.

A pesquisa visa investigar a relação entre escrita e artes nos trabalhos de Mira Schendel e Rubiane Maia a partir das ideias de deslocamento, cotidiano, gesto e elementos autobiográficos. Partindo de um território híbrido entre vídeo, performance e desenho, pretendemos analisar como essas linguagens se tornam fecundas no campo da escrita em artes visuais. Analisaremos um conjunto de monotipias de Mira Schendel, o livro Autorretrato em notas de rodapé (2014) e a vídeo-performance Antes que eu esqueça (2014) de Rubiane Maia. A partir disso, procuraremos estabelecer e reconfigurar as noções que tangem a prática da escrita nas artes visuais.

  • ESPAÇOS DIGITAIS: JOGOS E RECONSTRUÇÃO DO COTIDIANO
    Henrique Mendes Zadoroguoi (UNESP / Instituto de Artes Barra Funda)

Arte e tecnologia. Imersão. Espaços digitais. Jogo-arte. Cotidiano.

A presente pesquisa busca entender a percepção humana em espaços digitais, especificamente aqueles que retratam lugares do nosso dia a dia, encontrados em jogos e produções artísticas digitais. Ela se inicia durante a pandemia, com o projeto de reconstrução da universidade da UNESP – Barra Funda dentro de um jogo digital, que se desdobra em apresentações, construções de galerias digitais e apresentações mediadas destas experiências digitais (acessadas com o uso de Óculos de Realidade Virtual, VR) para o público. Em 2022 e 2023 foi aprovado o projeto de pesquisa de Iniciação Científica deste tema pela FAPESP, em que, junto com a produção de um artigo, apresentação em congressos e oficinas múltiplas com público em geral, a pesquisa se direciona para a conceitualização e produção de um jogo-arte a partir da estética e da percepção em espaços metropolitanos de São Paulo, especificamente, estações de trens e metrôs.

  • ARGILA E MEMÓRIA NA ARTE CONTEMPORÂNEA A PARTIR DO TRABALHO DE ANNA MARIA MAIOLINO E CELEIDA TOSTES
    Artur Strauch Pinto Dantas Cunha (Universidade Estadual de Campinas)

Memória. Argila nas Artes Visuais. Anna Maria Maiolino. Celeida Tostes.

Este trabalho propõe uma investigação das obras de Anna Maria Maiolino e Celeida Tostes como forma de identificar a relação entre a materialidade da argila e a memória na arte contemporânea. Isto é, entender como esse material, aplicado na prática artística em suas múltiplas possibilidades, pode servir como dispositivo para recordar vivências. Partimos da discussão levantada por Henri Bergson (1999) sobre a relação intrínseca entre memória e percepção, para então nos aprofundarmos, especificamente, no caso da argila como provocadora da capacidade de resgatar a lembrança nas Artes Visuais com base no trabalho dessas artistas. Junto a isso, é importante verificar as características na construção da obra que permitem que esse material seja uma ferramenta para levantar discussões poéticas no campo da memória.

10h30
MESA VIRTUAL 2 – MEIO EXPRESSIVO : GRAVURA : ESTRATÉGIAS

Moderação: Profa. Maria Luisa Távora (UFRJ)

  • AQUATINTA: UM BREVE PANORAMA HISTÓRICO
    Lara Ferreira dos Reis (Universidade Federal de Minas Gerais)

Aquatinta. Meio expressivo. Museu de Arte da Pampulha. Belo Horizonte.

Nesta pesquisa, aborda-se a aquatinta, técnica de gravura em metal utilizada para produzir manchas e que, apesar de continuamente utilizada, é relegada nas discussões teóricas e históricas. Por requerer conhecimento técnico, a aquatinta, assim como outras técnicas da calcogravura, mantém-se pela tradição. O objetivo é traçar seu panorama cronológico desde sua gênese, sua restrição à reprodução de obras, sua expressividade artística até sua presença na cidade de Belo Horizonte. Com esse intuito, foi levantada a bibliografia em manuais, em livros de história e em catálogos nos acervos das bibliotecas locais e de arquivos digitais em repositórios internacionais, para dar origem ao artigo e ao inventário da prática no contexto da capital mineira. Assim, buscamos contribuir, a partir da história, para a compreensão da identidade da aquatinta e de sua pertinência nas pesquisas contemporâneas.

  • PROCESSOS NÃO-TÓXICOS E NÃO-POLUENTES NA AQUATINTA: UMA ABORDAGEM SEGURA E SUSTENTÁVEL NA GRAVURA EM METAL
    Renata Raffaini Frazatto (Universidade Federal de Minas Gerais)

Aquatinta. Processos não-tóxicos de gravação. Sustentabilidade na gravura.

Esta comunicação explora abordagens não-tóxicas e não-poluentes na prática da aquatinta, técnica da gravura em metal, destacando o uso imprescindível de EPIs e métodos alternativos que preservam a qualidade artística enquanto minimizam o impacto ambiental e os riscos à saúde. Uma vez que os processos tradicionais dessa técnica utilizam substâncias que podem ser nocivas ao meio ambiente e à saúde humana, se manuseados e se descartados de formas não- segura, procuramos averiguar as práticas sustentáveis já aplicadas em ateliês e em instituições de ensino ao redor do mundo, bem como avaliar quais práticas já ocorrem e propor melhorias ao ateliê de gravura em metal da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (EBA/UFMG).

  • MOKULITO: ESPAÇOS POÉTICOS ENTRE XILOGRAVURA E LITOGRAFIA
    Cassia Giovanna Gomes Alvarenga (Universidade Federal de Minas Gerais)

Mokulito. Litografia. Gravura. Japão.

O Mokulito é uma técnica que se baseia nos princípios da litografia, utilizando a madeira como suporte. Apesar de sua semelhança técnica com a litografia, o Mokulito é singular em sua materialidade. Esta pesquisa busca produzir um manual sobre a técnica e desenvolver uma busca poética através da coleta de dados bibliográficos e também através do trabalho prático.

  • BOLSA PAMPULHA: UMA BREVE ANÁLISE DO PERFIL DOS/AS PARTICIPANTES, DE 2003 A 2021.
    Maria Luisa de Souza (Universidade Federal de Minas Gerais)

Profissionalização em arte. Bolsa Pampulha. Perfil de artista. Estratégias artísticas. Jovens artistas.

Este estudo faz parte do projeto Profissionalização em Arte, coordenado pelo prof. dr. Sandro Cardoso da UFMG, analisando o perfil dos artistas participantes do programa de residência artística Bolsa Pampulha entre 2003 e 2021. A pesquisa examina estratégias no campo artístico mineiro, com foco na Bolsa Pampulha e em outras plataformas locais e nacionais. Apresentamos resultados preliminares, revelando padrões nos participantes e discutindo a profissionalização artística, além de destacar desigualdades sociais e oportunidades divergentes no cenário brasileiro de arte.

 

PROGRAMAÇÃO PRESENCIAL

Mesas | Proposição Artística | Palestra de Abertura

15h
MESA 1 – ENCRUZILHADA : ECOLOGIA : INTERAÇÕES URBANAS
Moderação: Prof. Luiz Sérgio de Oliveira (UFF)

  • FLORA BRUTAL: ENCONTROS ECOLÓGICOS NO LIMIAR DA INSTITUIÇÃO CULTURAL
    Rodrigo Ferrarezi (Universidade de São Paulo)

em>Arte e natureza. Arte contemporânea. Ecologia. Encontros multiespécies. Paisagem.

Esse artigo reflete sobre algumas relações estabelecidas entre as chamadas plantas espontâneas encontradas em espaço urbano, em especial no entorno de duas instituições culturais da cidade de São Paulo – o Centro Cultural São Paulo CCSP e o Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia – MuBe; e como essas espécies expõem fissuras na dinâmica arquitetônica de uma grande cidade enquanto promovem encontros inesperados nesse circuito urbano. São aqui apresentadas algumas de suas articulações no tocante ao debate sobre paisagem natural, interações multiespécies e algumas impressões no campo das Artes Visuais.

  • RELATO DE PESQUISA ARTÍSTICA: ENTRE A GINGA E O DRIBLE, A FLÂNERIE NA MALANDRAGEM
    Aldene Rocha (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Malandragem. Ginga. Drible. Flâneur. Encruzilhada.

Este estudo aborda a rua além de sua natureza física, destacando-a como cenário para uma expressão poética, guiado pela filosofia de Zé Pilintra e a fluidez da ginga. Desenvolvido como tese de doutorado na UERJ, emprega uma metodologia que mescla teoria e prática, explorando o imaginário urbano através de propostas visuais. A pesquisa revela a ginga como essencial para navegar nas ruas, capturando a estética e a diversidade da vida na cidade. Enfatiza-se a importância do saber popular e da malandragem como inspiração artística, propondo uma nova visão da rua como espaço rico para exploração estética. A figura de Zé Pilintra inspira uma análise que transcende a dicotomia sagrado-profano, sugerindo a malandragem e a ginga como metáforas de criação artística, enriquecendo a conexão entre o espaço urbano e a arte.

  • ECOLOGIA ESPIRITUAL E SOCIAL NA ARTE CONTEMPORÂNEA
    Anderson P. Arêas (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Ecologia espiritual. Ecologia social. Carmézia Emiliano. Sonia Gomes. Rosana Paulino.

Através de múltiplas formas, a arte contemporânea incorpora os paradigmas e a complexidade das relações entre humanidade, ambiente, corpo, memória, espiritualidades e instituições. As obras de Carmézia Emiliano, Sonia Gomes e Rosana Paulino apresentam poéticas singulares na arte brasileira que emanam a conexão entre tradições e ancestralidades em suas práticas artísticas contemporâneas. Ao contemplarem comunidades ampliadas de sujeitos e ao entrelaçarem, cada qual à sua maneira, as consciências socioecológica e espiritual, elas manifestam caminhos de enfrentamento – corpo a corpo – à antropocêntrica racionalidade científica ocidental que, historicamente, sustenta uma aguda discriminação étnico-racial e ambiental.

16h30
MESA 2 – CAOS : FICÇÃO HISTÓRICA : DERRAMAMENTO
Moderação: Moderação: Prof. Tato Taborda (UFF)

  • VERBIVOCOVISUAL EM O SIGNO DO CAOS
    Marcos Bonisson (Universidade Federal Fluminense)

Verbivocovisual. O Signo do Caos. Rogerio Sganzerla.

O texto visa refletir sobre uma confluência especulativa entre a ideia Verbivocovisual, revisitada pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, poetas concretos de São Paulo, e a poética cinemática do filme O Signo do Caos, do artista- cineasta Rogério Sganzerla. O termo Verbivocovisual, criado pelo escritor irlandês James Joyce, é o elemento relacional deste texto.

  • CAMINHANTES: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
    Gabriel Bogossian Porto (Universidade Federal de São Paulo)

Cinema Guarani. Ficção histórica. Missões. Fabulação crítica. Cinema decolonial.

O média-metragem Caminhantes (2022-2023) é fruto da colaboração entre o cineasta Mbyá-Guarani Ariel Kuaray, o curador Gabriel Bogossian e o artista Victor Leguy, e se baseia no diário da última expedição do etnógrafo e fotógrafo suíço Thomas Bischi – personagem ficcional criado por Bogossian –, que teria desaparecido em território guarani no começo do século XX. Composto por 27 fragmentos, o filme explora uma ampla variedade de formatos, estilos e linguagens audiovisuais. A partir de tal multiplicidade, Caminhantes elabora uma fábula decolonial sui generis atravessada por referências à história, à arte e à literatura latino-americanas, em busca de refletir, criticamente, sobre os modos de ver o mundo indígena e as diferentes instâncias discursivas – militar, científica, religiosa, artística – que moldam nossa relação com esse mundo. Este é um relato de sua realização. Gabriel Fampa (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) POÇAS (… acumulações, amálgamas, misturas, derramamentos, intervenções, massas, aglomerados etc.) Poça. Misturas. Intervenção espacial. Fotografia. No texto, descrevo a pesquisa artística que desenvolvo durante meu doutorado em Artes Visuais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Apresento um conjunto Poças, séries fotográficas de intervenções espaciais que envolvem o derramamento de substâncias de supermercado no chão de diferentes ambientes, de modo a explorar a relação entre essas substâncias e o espaço em que são derramadas. Apresento também algumas referências teóricas de minha investigação, como a análise das noções de listagem e informe, discutindo como esses conceitos contribuem com a pesquisa artística, especialmente em relação à ideia de encontros improváveis de elementos e à transgressão da forma identificável.

PROPOSIÇÕES ARTÍSTICAS

Histórias – Estórias: Vídeos

18h
SESSÃO 1

PALESTRA DE ABERTURA

Através do Sujeito: Escuta em Cildo Meireles

18h30
Caroline Alciones de Oliveira Leite é doutora em Artes Visuais pelo PPGAV-EBA-UFRJ (2022) e mestre em Estudos Contemporâneos das Artes pelo PPGCA-UFF (2016), tendo sido bolsista da Capes (2014-2015). É bacharel e licenciada em Letras Português-Inglês pela UFRJ e bacharel em Produção Cultural pela UFF. Foi editora-chefe da Revista Gambiarra (PPGCA-UFF) em 2014, tendo publicado dois números do periódico naquele ano. Integra a equipe da Vice-Presidência Científica da Fundação CECIERJ, desenvolvendo atividades de pesquisa em Artes (2014-) e coordenando o Cineclube CECIERJ (2015-). É membro do Grupo de Pesquisa (CNPq) Arte e Democracia: estudos críticos das práticas artísticas no contemporâneo e do Grupo de Pesquisa (CNPq) O Som Atravessado. Sua tese de doutorado investigou o sonoro na obra de Cildo Meireles, tendo apresentado os resultados da pesquisa em periódicos acadêmicos e em congressos em cidades como Nova York (EUA), Buenos Aires (Argentina), Lima (Peru), Madri (Espanha), além de diversas cidades brasileiras. É membro do Conselho Deliberativo da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP) e representante da ANPAP no Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, realiza pesquisa de pós-doutorado junto ao PPGCA-UFF com supervisão do Prof. Dr. Tato Taborda.


21/06/2024 (sexta-feira)

PROGRAMAÇÃO PRESENCIAL

Mesas | Proposições Artísticas | Conversa com Artista

15h
MESA 3 – DOCÊNCIA : BORDAS : CARNAVAL
Moderação: Moderação: Profa. Camila Nagem Marques Vieira (CPII)

  • OUTROS ARRANJOS: NOTAS SOBRE UMA DOCÊNCIA EM MODA ALINHAVADA ÀS ARTES VISUAIS
    Anirã Marina de Aguiar Casali Dias (Universidade Federal de Juiz de Fora)

Artes Visuais. Moda. Interlocuções. Docência. Materialidade.

O presente artigo pretende compartilhar a experiência de estágio de docência realizada na disciplina de Moda e Representações Expandidas. Através da construção de uma ementa que buscou abrir espaço para outros modos de pensar e de produzir conhecimento, alinhavamos conhecimentos do campo das Artes Visuais, assim como incentivamos que os alunos trouxessem para os debates seus próprios saberes e vivências. Desenvolvemos exercícios através dos quais pudemos refletir, unindo teoria e prática, sobre questões como o individualismo, o antropocentrismo, o vestir enquanto produção de si e nossas relações com as materialidades. O artigo expõe reflexões acerca da metodologia desenvolvida, aponta percalços e também apresenta alguns dos resultados das nossas experimentações.

  • NEGRAS BORDAS: (RE)CONHECENDO MELODIAS EXISTENCIAIS
    Raquel Silva dos Santos (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”)

Arte-educação. Corpografia. Feminismo. Escrevivência. Território.

Este é um recorte da pesquisa de Mestrado que desenvolvi, entre os anos de 2021 a 2023, na qual investiguei a experiência pedagógica e artística ofertada pela instituição Ilú Obá De Min Cultura e Arte Negra que, há 19 anos, abre o carnaval da cidade de São Paulo, trazendo às ruas o resultado de sua pretagogia circular e matriarcal vivenciada durante as oficinas, semanais, de percussão, canto, dança e perna de pau ministradas na rua, no coração da cidade. Durante a travessia de pesquisa, convoquei um grupo de mulheres, de diversas tonalidades e territórios, a compartilhar comigo seus atravessamentos e suas experiências vividos durante os anos na instituição. (Re)conhecendo, assim, a minha existência através do espelho reconstituído por meio do encontro e do afeto, contornos essenciais para a escolha de cada companheira de jornada.

  • ESDOBRAMENTOS LÍTERO-VISUAIS DA CARNAVALIZAÇÃO DO TAMBOR DE CRIOULA
    Leonardo Augusto de Jesus (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Tambor de crioula. Carnaval. Escola de samba. Acadêmicos do Engenho da Rainha.

Ao desenvolver o enredo Punga, Crioula! para a Acadêmicos do Engenho da Rainha, pude entrecruzar as perspectivas do pesquisador acadêmico e do artista produtor de imagem carnavalesca. Assim, lancei-me a pesquisas sobre o tambor de crioula, da missão de pesquisas folclóricas ao processo de patrimonialização e elaborei a sinopse, texto fundamental de todo o desenvolvimento literário – composição do samba- enredo e roteiro enviado para os julgadores – e visual – alegorias e fantasias – do desfile. O processo foi atravessado pela pandemia de COVID-19, que afetou sobremaneira os fazeres artísticos, inclusive impedindo a realização do desfile no carnaval de 2021, conforme planejado. Neste relato, apresento a pesquisa artística realizada e parte dos seus desdobramentos literários e imagéticos no desfile que conquistou o título de campeão do Grupo B no carnaval carioca em 2022.

16h30
MESA 4 – DEBATE RACIAL : INTERSECCIONALIDADE : CONTRANARRATIVA
Moderação: Moderação: Profa. Tatiana da Costa Martins (UFRJ)

  • DARBY ENGLISH: UMA HISTÓRIA DA ARTE DAS EXCEÇÕES
    Leandro Muniz (Universidade de São Paulo)

História da Arte. Crítica de Arte. Metodologia em História da Arte. Debate racial.

No livro How to See a Work of Art in Total Darkness, o historiador da arte estadunidense Darby English faz uma crítica às formas generalizantes como o meio artístico fomenta o debate racial, em especial em publicações e em exposições de caráter enciclopédico. Além de historicizar e de conceituar esse problema, ele analisa, a fundo, a produção de artistas negros que tensionam, problematizam ou desconstroem os pressupostos e as convenções em torno do conceito de “arte negra”. Além da análise de English propriamente, proponho que as ferramentas usadas pelo autor podem ser usadas no contexto brasileiro, considerando a multiplicação de projetos sobre a questão racial nos últimos 10 anos e, postas as devidas diferenças entre os dois contextos, como podemos pensar obras e artistas que fogem das normas implícitas no discurso sobre a diferença.

  • HISTÓRIA DA ARTE E INTERSECCIONALIDADE: ENTRE LACUNAS E POSSÍVEIS DIÁLOGOS
    Maria Luiza Teixeira Ramos Galacha (Universidade Federal do Espírito Santo)

Sistema artístico. História da Arte. Interseccionalidade. Gênero. Artistas negras.

Com o intuito de compreender as dinâmicas de circulação do sistema das artes, este artigo promove uma abordagem da configuração dos sistemas das artes e os processos de entrada, de reconhecimento e/ou de legitimação de artistas, historicamente guiados por uma lógica de exclusão e/ou apagamento, no caso, a presenças de artistas negras. Portanto, são considerados apontamentos acerca dos sistemas de circulação a partir de autores como Bourdieu e Foucault; para a questão de gênero, autoras como Joan Scott, Linda Nochlin e Griselda Pollock; e, para o caso do contexto brasileiro e da interseccionalidade, Patricia Hill Collins, Sueli Carneiro, Lélia Gonzalez, Janaína Barros e Diane Lima. Para finalizar a discussão, o artigo promove uma reflexão acerca de quais estratégias podem ser pensadas para que a presença e a circulação de artistas negras se efetive no circuito das artes.

  • DISPUTA DE IMAGINÁRIO: AUTORREPRESENTAÇÃO EM DALTON PAULA E MAXWELL ALEXANDRE
    Fabiana Ferreira de Alcantara (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Autorrepresentação. Contranarrativa. Arte contemporânea.

O artigo propõe uma reflexão a respeito da ideia de autorrepresentação, sobretudo a autorrepresentação negra, como sintoma da transição atual das artes visuais, tendo em vista os argumentos do pensamento decolonial e da noção de negociação das diferenças na contemporaneidade. O texto aborda o tema a partir dos estudos realizados acerca das obras e da atuação dos artistas Dalton Paula e Maxwell Alexandre. Os dois artistas demonstram consciência do potencial de suas imagens e imaginários em jogo, e da relevância da construção de suas identidades pessoais a promover dissensos no panorama das artes.

PROPOSIÇÕES ARTÍSTICAS

Histórias – Estórias: Vídeos

18h
SESSÃO 2

CONVERSA COM ARTISTAS

Pedro Carneiro

Nascido no Rio de Janeiro, em 1988, Pedro Carneiro constrói sua produção pautado nas questões relativas à herança diaspórica afro-latina e à cultura pop. Através de pinturas, intervençõ es urbanas, instalações e desenhos, seus trabalhos refletem histórias reais e inventadas tendo como ponto de partida o reencontro com sua ancestralidade. Pedro Carneiro é mestrando em Arte e Cultura Contemporânea pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), realizou a residência Pesquisa em Artes 2021 do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, foi selecionado para a 13° Bienal do Mercosul, através da Chamada Aberta para a exposição Transe. Participa da exposição “Carolina Maria de Jesus, um Brasil para os brasileiros” no Instituto Moreira Salles em São Paulo. E assinou as luzes para os Espetáculos “Oboró – Masculinidades negras” e “Capiroto”, ambas com direção de Rodrigo França. Possui obra na coleção do Museu de Arte do Rio.

 

André Vargas

André Vargas é artista visual, poeta, compositor e educador. Vargas trabalha na retomada de sua ancestralidade como forma de entender as bases das culturas linguísticas, religiosas, históricas e estéticas da brasilidade em que se insere, tendo a cultura popular como a maior indicação desse fundamento. Os subúrbios, os interiores e os demais lugares de memória pessoal e coletiva que contornam essa ancestralidade se apresentam como ponto de partida empírico de suas postulações conceituais.

 

Moderação: Shannon Botelho
(Professor do CPII)

Graduando em Filosofia pela UFRJ, Vargas questiona as hegemonias que indicam uma história única ao recontar e responder a sua própria história familiar, se valendo das forças religiosas que reconduzem à afrocentricidade de seus gestos. A voz, a evocação e a conversa, produzem dobras sobre os sentidos de seus trabalhos através da conjugação entre palavra e imagem. Neste caminho, a constante presença da ausência reafirma o infinito de possibilidades no qual qualquer possibilidade de certeza sobre sagrado e profano escapa pela graça.

Realização, apoio e fomento

      • Realização:
        • Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP) – Representação no Estado do Rio de Janeiro
      • Apoio Institucional:
        • Fundação CECIERJ/Consórcio CEDERJ
        • Colégio Pedro II
        • Centro Cultural Justiça Federal
        • PPG em Estudos Contemporâneos das Artes (PPGCA-UFF)
        • PPG em História da Arte (PPGHA-UERJ)
        • PPG em Artes Visuais (PPGAV-EBA-UFRJ)
        • PPG em Artes (PPGArtes-UFES)
        • PPG em Artes (PPGArtes-UFMG)
        • PPG em Artes Visuais (USP)
        • Associação de Docentes do Colégio Pedro II (ADCPII)
        • ANPAP – Direção Nacional
        • ANPAP – Representação no Estado de Minas Gerais
        • ANPAP – Representação no Estado de Espírito Santo
      • Fomento:
        • Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ

Organização

      • Coordenação Geral
        • Caroline Alciones de Oliveira Leite (CECIERJ)
        • Shannon Figueiredo de Souza Botelho (CPII)
      • Comissão Coordenadora
        • Artur Luiz de Souza Maciel (CEEAV-PPGARTES/EBA/UFMG)
        • Caroline Alciones de Oliveira Leite (CECIERJ)
        • Lucia Gouvêa Pimentel (UFMG)
        • Luiz Sérgio da Cruz de Oliveira (UFF)
        • Maria Luisa Távora (UFRJ)
        • Shannon Figueiredo de Souza Botelho (CPII)
      • Comissão Artístico-Científica
        • Agda Regina de Carvalho (CEUN-IMT)
        • Alexandre Sá (UERJ)
        • Alexandre Emerick Neves (UFES)
        • Almerinda Lopes (UFES)
        • Aparecido José Cirillo (UFES)
        • Artur Luiz de Souza Maciel (CEEAV-PPGARTES/EBA/UFMG)
        • Camila Nagem Marques Vieira (CPII)
        • Carlos Eduardo Borges (UFES)
        • Caroline Alciones de Oliveira Leite (CECIERJ)
        • Didonet Thomaz (ANPAP)
        • Edvandro Luise Sombrio de Souza (CPII)
        • Elisa Campos (UFMG)
        • Elisa de Magalhães (UFRJ)
        • Fabio Fonseca (UFU)
        • Fernanda Pequeno (UERJ)
        • Giuliano Obicci (UFF)
        • Guto Nóbrega (UFRJ)
        • Janaína Laport Beta (CPII)
        • Juliana Gouthier Macedo (UFMG)
        • Lucia Gouvêa Pimentel (UFMG)
        • Luciano Vinhosa (UFF)
        • Lucio Agra (UFRB/PPGCA-UFF/UNICAMP)
        • Luiz Guilherme Vergara (UFF)
        • Luiz Sérgio da Cruz de Oliveira (UFF)
        • Malu Fatorelli (UERJ)
        • Malu Fragoso (UFRJ)
        • Marco Antonio Pasqualini de Andrade (UFU)
        • Maria Christina de Souza Lima Rizzi (USP)
        • Maria de Fátima (UNICAMP)
        • Maria Luisa Távora (UFRJ)
        • Mario Celso Ramiro de Andrade (USP)
        • Marta Strambi (UNICAMP)
        • Maurício Barros de Castro (UERJ)
        • Mauricius Martins Farina (UNICAMP)
        • Milton Terumitsu Sogabe (UAM)
        • Pablo Gobira (UEMG)
        • Patricia Moreno (UFJF)
        • Patrícial Leal Corrêa (UFRJ)
        • Rachel Cecília de Oliveira (UFMG)
        • Raquel Quinet Pifano (UFJF)
        • Raquel Stolf (UDESC/PPGCA-UFF)
        • Rejane Galvão Coutinho (UNESP)
        • Ricardo Basbaum (UFF)
        • Ricardo Maurício (UFES/PPGCA-UFF)
        • Rodrigo Guerón (UERJ)
        • Rogéria de Ipanema (UFRJ)
        • Selma Machado Simão (UNICAMP)
        • Shannon Figueiredo de Souza Botelho (CPII)
        • Sheila Cabo Geraldo (UERJ)
        • Sylvia Furegatti (UNICAMP)
        • Tamara Quírico (UERJ)
        • Tatiana da Costa Martins (UFRJ)
        • Tato Taborda (UFF)
      • Assistentes de Produção
        • Nathalia J. Ferreira (CECIERJ/FAPERJ)
        • Zazá Malta (CECIERJ/FAPERJ)

Crédito das fotos

Cildo Meireles, Através, 1983-1989, instalação – Instituto Inhotim, Minas Gerais Foto: Caroline Alciones de Oliveira Leite