exposição

A foto é um close-up de duas pessoas de mãos dadas. Elas usam blusa branca e saia, uma amarela e outra estampadas de rosas com fundo amarelo. Não aparece o rosto de ambas, apenas de parte do tronco para baixo. Atrás delas, um pé de madeira que parece ser de uma mesa com uma toalha vermelha sobre ela.artista
AC Junior
fotojornalista com estudos
em Comunicação Social/
Cinema na UFF

visitação
8 de junho a 13 de julho
terça a domingo das 11h às 19h

abertura e a atividade extra
“Mesa de abertura com lideranças
quilombolas e autoridades”
8 de junho
sábado, às 15h

local
Gabinete de Fotografia

valor
Gratuito

classificação indicativa AL (livre)

Sinopse

O estado do Rio de Janeiro reúne mais de cinquenta comunidades remanescentes de quilombos. Eles se espalham por praticamente todo o estado, estão na Costa Verde, na região Metropolitana, na cidade do Rio de Janeiro, na Região dos Lagos, na região Serrana Sul e Norte, na região dos Campos dos Goytacazes. Poucos, muito poucos foram titulados, tiveram seus territórios demarcados até hoje, apesar do reconhecimento constitucional e legal de que gozam em inexorável desserviço do Estado brasileiro para com os afrodescendentes.

Os órgãos governamentais responsáveis pela política quilombola – o que envolve os extremamente morosos processos de demarcação e titulação – seguem sucateados, com orçamentos ínfimos, quadro de pessoal assaz deficitário, uma realidade que já se estende por décadas. Comunidades inteiras padecem com a falta de energia elétrica, saneamento zero, péssimas estradas vicinais, baixíssima atenção à saúde primária, grandes dificuldades de acesso ao sistema de educação pública, completa ausência de políticas diferenciadas de geração de trabalho e renda etc.

Porém, mesmo diante de toda a adversidade, do preconceito que atravessa a sociedade brasileira — elemento central para compreensão desse “esquecimentoâ€â€”, e do populismo que perpassa ações e medidas governamentais de nenhum objetivo estruturante, seguem as e os quilombolas do Rio de Janeiro com sua perseverança, organização e luta para que as suas (legítimas) demandas e seus (inegáveis) direitos sejam atendidos.

Nesse alinhamento, a luta pela terra, por meio da regularização dos espaços/ territórios, é tema central, fundamental e inegociável. Deter, fruir e usar, de acordo com seus conhecimentos ancestrais, sua cultura e sociabilidade a terra coletiva é ponto nevrálgico não só para a subsistência, mas também para a permanência e futuro quilombola.

Essa exposição, recorta alguns aspectos da vida e luta quilombola no Rio de Janeiro. Não é um retrato completo, mais de cinquenta são os quilombos no estado, menos de dez estão aqui retratados, mas acreditamos que cumpre o objetivo de chamar a atenção da sociedade e dos agentes do Poder Público para esse modo de ser, viver, sonhar e querer o futuro. Um futuro cujas bases estão fincadas na Mãe Ãfrica, mas que se projeta com toda a esperança, organização e luta para um outro amanhã.

Sobre o artista AC Junior

Fotojornalista com estudos em Comunicação Social/Cinema na UFF.

Fotógrafo Documentarista em projetos sociais e ambientais. Documentou a implementação da Agenda 21 em quatro comunidades de Coari, Amazonas, nos projetos “De Olho no Ambiente†e “Mutirão das Ãguas†do Programa Petrobras Ambiental, entre 2006 e 2010.

Apoio

OAB RJ