série

Foto da Sala de Sessões do CCJF. Ao centro, no tapete vermelho, sentado em uma cadeira, o violonista Nicolas de Souza Barros. Homem branco, cabelos grisalhos cortados rente à cabeça, óculos retangulares de hastes escuras. Ele usa uma camisa social clara, arregaçada até quase o cotovelo e calça jeans clara.. Em seu antebraço direito, ele usa uma munhequeira preta. Ele toca o violão apoiado em sua perna direita.

com
Nicolas de Souza Barros
violões de 7 cordas e arranjos

homenagem a
J. S. Bach e Heitor Villa Lobos

18 de maio
sábado, às 17h

local
Sala de Sessões

valor
R$20 (meia R$10)

 

classificação indicativa AL (livre)

 

Sinopse

Neste programa, Nicolas de Souza Barros presta homenagem a dois gênios da cultura universal: J. S. Bach e Heitor Villa Lobos. Villa-Lobos não terá sido o primeiro compositor a prestar homenagem à produção brilhante do mestre alemão, mas ele demonstrou o tamanho da sua devoção ao criar a série monumental das Bachianas, a sua obra prima da década de 1940, ainda concebendo o termo “Bachianas”!

E a palavra “Bachianas” é o mote que contextualiza este recital. Ao elaborar esse programa, Nicolas começou com os prelúdios arpejados inicialmente usados por alaudistas barrocos no início do século XVII, e mostra como Bach, Garoto e Zé Paulo Becker trabalharam com esta textura tão associada aos cordofones dedilhados.

A próxima categoria é das “Frases Bachianas”: aqui, veremos como Villa-Lobos e Agustin Barrios criaram obras geniais usando ideais do mestre alemão como inspiração. As “Fantasias Latino-americanas” têm talvez um contato mais tênue com Bach, mas sabemos que o grande compositor mexicano Manuel Ponce criou a “Suíte em Lá menor”, a pedido de Andrés Segovia, que queria obras que pudessem ter alguma conexão com a música barroca e principalmente com Bach. Marlos Nobre é responsável pelo momento mais moderno do programa, usando um pequeno elemento (inciso) do Prelúdio BWV 996 para criar a obra “Embolada”.

E para concluir, a “Série Bachianas”, iniciada pelo “Prelúdio das Bachianas Nº.  4” de Villa-Lobos. Seguem a “Bachianinha Nº. 2” e o “Samba em Prelúdio” de Baden Powell, que foi inspirada exatamente no Prelúdio das Bachianas Nº.  4

Programa

  • Prelúdios arpejados: a herança dos alaúdes
    • J. S. Bach
      – Prelúdio 1 BWV 846
      – Prelúdio BWV 1010
    • Garoto
      – Inspiração
    • Zé Paulo Becker
      – Outro Mundo
  • Frases Bachianas
    • Heitor Villa-Lobos
      – Prelúdio Nº.  3
    • Agustín Barrios
      – Prelúdio Op. 5 Nº. 1 #
    • J. S. Bach
      – Toccata e Fuga BWV 565
  • Fantasias Latino-Americanas
    • Guido Santorsola
      – Prelúdio (das “Três Airs de Court”)
    • Manuel Ponce
      – Giga #
    • Marlos Nobre
      – Rememórias
      I. Embolada (sobre o Prelúdio BWV 996)
  • Série Bachianas
    • Heitor Villa Lobos
      – Bachianas Nº. 4 *
    • Paulinho Nogueira
      – Bachianinha Nº. 2
    • Baden Powell
      – Samba em Prelúdio

 

Sobre a Violões da AVRio

A Associação de Violão do Rio (AV-Rio) foi fundada em janeiro de 2001 com o objetivo expresso de realizar, apoiar e divulgar manifestações do violão instrumental de todos os estilos. A AV-Rio sempre contou com o tripé central de apoio, formado por profissionais e professores, estudantes de violão e amadores. Cada um desses grupos tem sido e continua sendo central para que a AV-Rio possa ter continuidade com suas múltiplas ações contínuas, que incluem essa série (e as outras), os concursos nacionais de violão, o Sarau da AV-Rio, a Orquestra de Violões da AVRio e um projeto de ensino gratuito de violão.

Sobre Nicolas de Souza Barros

Doutor em Música, é professor titular da UNIRIO e um dos mais conceituados especialistas brasileiros em cordofones dedilhados, como os violões de 6, 7 e 8 cordas, alaúdes variados e as guitarras barroca, renascentista e romântica, entre outros. Tem intensa produção como solista e camerista, podendo ser destacadas suas atividades com o renomado conjunto de música antiga Quadro Cervantes (2 CD’s), o Duo Folia, com o violoncelista inglês David Chew (1 CD) e o Quarteto Carioca de Violões (1 CD).

Já tocou em diversos países europeus, norte-americanos e latino-americanos, além de quase todos os estados brasileiros. Lançou os CDs Ernesto Nazareth, _Ravel e Debussy e Chora Violão (2014, 2015 e 2017) com arranjos próprios para o violão de 8 cordas. Participou duas vezes no Circuito Nacional SESC Sonora Brasil: em 1997, no lançamento do projeto, com o Quadro Cervantes; e em 2009, realizando 87 concertos de violão solo em 23 estados brasileiros. Desde 2001, é diretor artístico da Associação de Violão do Rio (AV-Rio). Entre 2017-2020, exerceu o cargo de Coordenador do Mestrado Profissional em Música da UNIRIO (PROEMUS). Em 2018, tornou-se professor titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, defendendo a tese “Affordances e novos protocolos de arranjo aplicados a 100 Sonatas de Scarlatti”.

Em 2019, lançou o CD Morena, Morena: Canções da Belle Époque Brasileira com o tenor Alberto Pacheco (UFRJ – Universidade Nova de Lisboa). Em 2020, publicou o livro O Violão Brasileiro no Século XIX e a Belle Époque, com arranjos de obras para piano de Ernesto Nazareth, Padre José Maurício, Chiquinha Gonzaga, Leopoldo Miguez e Arthur Napoleão, entre outros. Desde 2021, está desenvolvendo novos repertórios para o violão de 7 cordas; em abril de 2022, realizou a estreia de diversas obras de J. S. Bach arranjadas para este instrumento (BWV 1001, BWV 998, BWV 1006a, BWV 565) em recital pela Série Cordofones no CCJF, Rio de Janeiro.

Já apresentou-se com a Orquestra Petrobrás, a Baltimore Orquestra (EUA), a Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a Orquestra Sinfônica Nacional (Niterói), a Academia Antiqua (uma das primeiras orquestras barrocas brasileiras) e a Orquestra da UNIRIO em várias ocasiões. Realizou estreias nacionais e mundiais de concertos para violão de Francisco Mignone, Ronaldo Miranda (Concerto para Quarteto de Violões e Orquestra), J. Orlando Alves, Mario Castelnuovo-Tedesco e Luiz Otávio Braga, também estreando obras para violão solo de Heitor Villa-Lobos, Edino Krieger, Pauxy Gentil-Nunes, Ricardo Tacuchian, H. Dawid Korenchendler e Luiz Otávio Braga, entre outros.