Foto da obra do artista. Painel tingido com matizes bege e marrom claro. Parte superior: várias formas orgânicas simulando o contorno de ilhas. O contorno é marrom, mas o interior é translúcido, ou seja, tem a mesma cor do painel Parte central: uma borboleta de asas abertas. As pontas das asas são marrom escuro, mas o corpo das asas é translúcido, ou seja, tem a mesma matiz do fundo do painel. Parte inferior: uma grande mancha marrom, similar a uma das manchas do teste de Rorschach. O nome dessa arte é ‘Paisagem apagada XVIIIâ€.

 

artista
Raul Leal

curadoria
Shannon Botelho

abertura
24 de junho (sábado)
às 15h

visitação
até 13 de agosto
terça a domingo das 11h às 19h

Galerias do 1º andar do CCJF

Gratuito
classificação livre

 

 

Público-alvo

Interessados em artes visuais.

Sinopse

Nessa mostra individual, o artista plástico Raul Leal propõe um olhar afetivo sobre a paisagem natural do Brasil e questiona o modo como lidamos com esse ambiente.

Raul Leal lida com o desaparecimento de uma paisagem que, durante séculos, foi uma presença simbólica no processo de formação da identidade nacional. Toda produção artística brasileira, incluindo o modernismo, faz referência, em algum momento, às matas, rios e riquezas naturais do Brasil. A experiência estética sempre teve um papel preponderante no conhecimento do natural, através de desenhos, aquarelas, pinturas, literatura e poesia. Esses atravessamentos formaram um imaginário de um Brasil eternamente verde mas, ao mesmo tempo, criaram um distanciamento da realidade do nosso interior, que segue ignorada. Os trabalhos originados das viagens de Raul Leal pelo interior invertem a lógica dessa imagética tradicional de representação do natural, pois a maior parte dos territórios visitados pelo artista está degradada. Atualmente, vivemos em uma sociedade predominantemente urbana, que passa ao largo de circunstâncias problemáticas, como desertificação, extinção de espécies e degradação dos recursos hídricos.

Nos trabalhos apresentados, o artista dialoga com a prática dos artistas viajantes – e seus processos de documentação da paisagem brasileira -, que trabalharam conjugando a experiência estética com o reconhecimento e configuração do mundo natural.

São apresentadas séries que exploram experiências diferentes no registro dessa paisagem, com a utilização de diversos processos como fotografia, desenho e impressão.  As imagens são resquícios, desaparecimentos e registros melancólicos da devastação. Destacamos a série “Rebentoâ€, na qual imagens impressas em madeira documentam uma possibilidade de reconstrução dessa paisagem. Cada fotografia faz parte de uma catalogação de mudas de árvores, plantadas pelo artista nessas regiões degradadas.  As fotografias são impressas manualmente e, no processo, vão ocorrendo pequenos rasgos e imperfeições. Um arquivo afetivo de uma atitude de resistência que gera um pequeno movimento, contrário ao ciclo da destruição.

Sobre o artista

Raul Leal é natural de Miracema (RJ), e radicado no Rio de Janeiro. Formado pela Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage. Em 2022 apresentou a exposição “Terra Vermelha†no Sesc Campos, selecionada no edital Pulsar. Foi selecionado para a individual “Serrapilheiraâ€,  na Casa Fiat de Cultura em Belo Horizonte – MG. Realizou diversas exposições individuais e coletivas em instituições como Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu da República – RJ, Museu de arte Contemporânea de Ribeirão Preto – SP, Museu de arte de Blumenau – SC, e outras. Possui obras em acervos institucionais e particulares, entre os quais: MAM – RJ, Biblioteca Nacional, Museu de Arte de Blumenau, Universidade Federal do Espírito Santo.