2º Encontro:
Um Drama: “RICARDO IIIâ€
Convidado:
Emilson Garcia*
25 de agosto, das 15h às 16h
Sala de Sessões do CCJF
Gratuito
Sinopse:
A peça Ricardo III é baseada na história verdadeira do rei Ricardo III (1452-1485) da Inglaterra. A obra, escrita entre 1592 e 1593, retrata a ascensão maquiavélica e a iminente queda do Duque de Gloucester. Ao alcançar o trono, ele se mostra como o mais cruel e sanguinário dos vilões shakespearianos. Esta peça de Shakespeare, centrada na história do herói-vilão Ricardo III, um sadomasoquista, assusta o público. E isto, até hoje, faz dela um sucesso estrondoso.
Em Ricardo III, o Bardo parece atender muitas de nossas mais escondidas expectativas emocionais, construindo uma espécie de paródia de nossos desejos mais vis, porém nunca admitidos, ao questionar as convenções em que nos metemos para poder continuar a sobreviver. Mesmo sendo violados, suportamos tudo por conveniência dos tratados que nos foram impostos – impostos?! Há um certo prazer disto em nós?
Com seu sadomasoquismo, Ricardo III exerce um grande fascÃnio sobre o público e sobre todos os outros personagens da peça. Não tem piedade, é grosseiro e sente um prazer sádico, que desfrutamos. Ricardo III nos enfia sua faca, fazendo emergir o prazer de sofrer pelas mão de um sadomasoquista, naturalizando-o.
Ricardo a todos constrange e manipula. Gostamos disto?!​
Ementa:
Este é o 2º dos quatro encontros presenciais conduzidos pelo psicanalista Emilson Garcia, que fará contação de histórias para adultos baseadas em peças de Shakespeare e em reflexões e conceitos da teoria psicanalÃtica freudiana e lacaniana. Os próximos encontros serão divulgados em breve.
“POR QUE SHASKEPEARE?
São as vozes!
Em Shakespeare os personagens falam consigo mesmos: eles escutam as vozes que vêm “de dentroâ€, mas, também, escutam as vozes que vêm “de fora†como se elas viessem “de dentroâ€. Mas, tanto o “de dentroâ€, quanto o “de fora†não têm bordas, não têm fronteiras. Estes personagens estão num campo sem extensividade, mas infinito, de forma absoluto, por isto eles nos afetam tanto. Palco e plateia estão todos juntos, sem distinção. Estamos todos lá e cá ao mesmo tempo.
Quando lemos uma peça de Shakespeare o que nos atinge é admiração como que nos tomando.
Como Shakespeare consegue tal façanha? Confesso, não tenho a mÃnima ideia!!! Talvez seja porque todos somos colocados além do alcance de nossas mentes sendo nós, portanto, reinventados a cada leitura do texto do Bardo.
A nossa sociedade pós-moderna, em geral, não parece querer ser criadora, reinventada para o mais, enfim. Estamos todos “contentes†demais com o voyeurismo que nos é oferecido pelas mÃdias. Tendemos, então, a sermos repetitivos, sem nos dar contar que a “repetição†é um sinal que aponta para fora dela mesma.
Estamos vivendo a morte das letras, enfim?
Bem, como Shakespeare inventou o humano, segundo Freud, que, segundo ele mesmo, lhe é profundamente devedor, talvez ainda haja esperança.
Então, é nesta esperança, que vamos lá.â€
Emilson Garcia
*Emilson Garcia, psicanalista membro da Sociedade de Psicanálise Internacional na Argentina APOLA (Apertura para Otro Lacan) e artista.
CALENDÃRIO
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