exposição

A imagem mostra uma parede cinza com três quadros grandes em formato retangular. Neles, é possível perceber uma pessoa realizando movimentos corporais, porém há uma espécie de ‘filtro’ na frente dele, se parecendo com ornamentos de origem chinesa na cor vermelha — assemelhando-se a uma renda fina. O fundo e a moldura do conjunto de quadros são brancos. Também dá para ver um pedaço do piso do local, que parece de madeira quadriculado em várias tonalidades.

A AVENTURA DE CHRISTUS NÓBREGA
NA CHINA

curadoria
Christus Nóbrega

visitação
13 de abril a 30 de junho
terça a domingo das 11h às 19h

visitas mediadas
mediante agendamento
clique aqui

local
Galerias de exposição
do 2º andar

valor
Gratuito

 

classificação indicativa AL (livre)

visitas mediadas
qr code para agendar visitas mediadas

abertura
13 de abril às 15h

palestra do educativo
com professores
12 de abril às 17h

palestra com artista
e curadora
13 de abril às 16h
> Sala de sessões

palestra com convidados
14 de abril às 15h
> Sala de sessões

 

Sinopse

Este projeto constitui-se de uma exposição multimídia do artista paraibano, radicado em Brasília, Christus Nóbrega, compreendendo a sua produção artística realizada durante o período em que o artista participou do programa de residências artísticas do Ministério das Relações Exteriores, em parceria com a Central Academy of Fine Arts – CAFA, em Pequim, entre outubro e dezembro de 2015. A mostra já percorreu as cidades de Brasília, Belo Horizonte e Curitiba sendo apresentada para um público de mais de 500 mil pessoas.

As obras que pertencem à mostra consistem de oito séries que transitam entre as linguagens de fotografia, performance e desenhos feitos com GPS.

Esta é uma exposição itinerante. Já percorreu Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. É, agora, instalada no Rio de Janeiro, no Centro Cultural Justiça Federal, em uma nova versão, com adições e modificações.

O que vemos nesta mostra é a narrativa visual de uma viagem empreendida pelo artista Christus Nóbrega à Pequim, na China, em 2015. O artista parte para uma aventura de tradução poética sobre o que foi vivido durante a residência artística realizada na Central Academy of Fine Arts, CAFA, a convite do Ministério das Relações Exteriores, onde esteve como o primeiro artista brasileiro convidado a estar ali, produzindo.

Nesse processo de aproximação com o lugar, espaço da política, da economia e da sociedade, mas também das mitologias, o artista transformou-se e acabou por incorporar-se aquela cultura, tornando-se parte da narrativa fantástica: recebeu de presente o nome Lóng pèn sẽn que, em português, significa Dragão Floresta Abundante.

Nóbrega começou a sua reflexão sobre o país ainda no Brasil, antes de iniciar a viagem. Além de deixar entrever questões compartilhadas pela atualidade global, como gênero, modos de produção de trabalho e meio-ambiente, que não escapam ao olhar do artista contemporâneo, adotou algumas fontes literárias e culturais como fios condutores para a produção.

As referências escolhidas aprofundaram os mitos e ajudaram no amálgama com a realidade vivida, tornando-se motivações para produzir. São elas: a enciclopédia chinesa chamada de Empório Celestial de Conhecimentos Benévolos, citada no ensaio O Idioma analítico de John Wilkins, por Jorge Luis Borges que, por sua existência duvidosa, tornou-se alvo de um ‘performance-peregrinação’ do artista às bibliotecas de Pequim; o I-Ching, ou o Livro das Mutações, um livro-oráculo, que tem suas origens na antiguidade; os escritos Diário de um louco , de 1918 e A pipa, de 1925, ambos de autoria de Lu Xun, poeta, escritor, editor, tradutor e crítico literário, reconhecido como o mais proeminente escritor chinês do início do século XX, e ainda, pesquisa em publicações diversas sobre caligrafia.

Os binômios paisagem/cidade; inovação/manutenção atravessadas pela ideia de temporalidade, junto aos interesses de Christus Nóbrega, que estão presentes em seu corpo de trabalho – constituído por outras vivências, relacionadas à infância e ao seu contexto de origem – foram molas propulsoras para elaborar o conceito curatorial e a expografia. Neste universo estão o livro, a biblioteca, a renda, o recorte, a reprodutibilidade e as tecnologias apropriadas, como modos de fazer originários de um determinado grupo.

Os trabalhos que estão em exposição, e a forma como estão dispostos no espaço, são resultados de operações cruzadas que envolvem somas, divisões, multiplicações e subtrações que integraram o processo de investigação de Christus Nóbrega durante a residência, uma situação em que o artista se depara com as circunstâncias postas pelo lugar, agindo e reagindo a partir de um histórico prévio e daquilo que surge, permitindo que, ao final do processo, revele-se um universo visual pleno de camadas discursivas.