Mostra 60 X 6

Ciclo de encontros cinematográficos mensais que, a partir da Ditadura Militar, provocam reflexões sobre temas imbricados em nossa sociedade até hoje. Sempre na 2ª terça-feira de cada mês.

Os bate-papos ocorrerão após a exibição dos filmes, transversalizando os debates e enriquecendo com a troca de experiências.

Na sessão de abertura da mostra apresentaremos um mosaico temático que permeará nossos encontros mensais.

Debateremos questões como história, gênero e desigualdade social e racial no contexto da repressão e do terror de Estado, embasando nossa curadoria.

• “Vlado e Birri: Encontros”
  (Ano: 2012. Duração: 11’. P&B/ Cor)

Sinopse: O curta-metragem traz imagens de arquivo para acompanhar a entrevista com o cineasta e teórico argentino Fernando Birri (1925-2017), considerado o “pai do novo cinema latino-americano”, sobre Vladimir Herzog (1937-1975), um entusiasta do documentário social.

Durante a entrevista, compartilha memórias, incluindo uma que data da década de 1950: uma visita feita por Vlado e pelo diretor e produtor Maurice Capovilla à Escola Documental de Santa Fé – primeira universidade especializada nesse tema na América Latina –, em busca de “aprender a fazer cinema”.

Direção: Marina Weis e Laura Faerman

• “Mulheres em Luta [Episódio 2]: Ana e Vera”
  (Ano: 2014. Duração: 25’. P&B/ Cor)

Sinopse: A série, Mulheres em luta, mostra através de depoimentos e imagens de arquivo a história de duas mulheres que lutaram contra a ditadura militar.

Ana Miranda e Vera Vital Brazil se tornaram ativistas e reivindicam até os dias de hoje o direito à memória, à verdade e à justiça.

Direção: Susanna Lira.

• “Incontáveis [Episódio 5]: Populações negras e favelas na ditadura”
  (Ano: 2021. Duração: 13’. P&B/ Cor)

Sinopse: A série aborda diversidade de corpos e trajetórias atingidos pela violência de Estado.

Este episódio explora a temática da violência do regime contra a população negra e contra os moradores de favelas. Historicamente alvos privilegiados da violência estatal em um país profundamente racista, essa parcela da população também foi muito atingida pelos atos arbitrários da ditadura.

A narração do episódio é de Asfilófio Filho, o Dom Filó, organizador de festas de música soul que celebravam a beleza negra e questionavam o racismo. Filó foi preso e levado para o DOI-Codi depois de organizar um baile em Guadalupe, Zona Norte do Rio de Janeiro.

A série narra histórias que ainda não foram contadas sobre a ditadura militar no Brasil.

DARIO GULARTE

Dario Gularte é roteirista e diretor cinematográfico. Dirigente da Domínio Público Agência Cultural, trabalha em parceria com diversas instituições públicas brasileiras nas esferas federal, estadual e municipal com vistas ao desenvolvimento de projetos de produção, distribuição e exibição de conteúdos nacionais e latino-americanos no Brasil e no exterior. Em sua trajetória, já dirigiu associações de classe, organizou e participou de encontros nacionais e internacionais do setor audiovisual. Como curador de mostras e festivais, jurado em comitês de seleção e consultor de políticas públicas, atua na disseminação do audiovisual brasileiro e latino-americano.

JOSÉ SERGIO LEITE LOPES

Antropólogo, Professor do Departamento de Antropologia do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente coordena o Programa de Memória dos Movimentos Sociais – Memov CBAE/UFRJ e a Comissão Memória e Verdade da UFRJ. Autor dos livros “O Vapor do Diabo, o trabalho dos operários do Açúcar”, “A tecelagem dos conflitos de classe na cidade das chaminés”; é um dos organizadores do livro “Movimentos cruzados e histórias específicas; estudo comparativo das práticas sindicais e de greves entre metalúrgicos e canavieiros” e co-dirigiu os documentários “Tecido Memória” (2008) e “Memórias Camponesas” (2022), assim como a série “Incontáveis” (2021).

VERA VITAL BRASIL

Durante a ditadura, estudante de Farmácia e Bioquímica da UFRJ, foi presa no DOI-Codi do RJ em 1969. Exilou-se no Chile e ao voltar ao Brasil fez Psicologia na Universidade Gama Filho. Membro da “Equipe Clínico Grupal Tortura Nunca Mais/RJ” (GTNM – Rio de Janeiro), para projetos de atenção aos afetados pelo terror de Estado com apoio das Nações Unidas e Comissão Europeia, 1991-2010. Coordenou, como membro da “Equipe Clínico Política RJ”, o Projeto “Clínicas do Testemunho do RJ” da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, de atenção psicossocial a pessoas anistiadas e seus familiares, 2013-2015. Membro da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, 2014-2016. Docente no “Seminario Latinoamericano de Violencias de Estado y Políticas de Reparación Integral”, Universidad de La Plata e Territorios Clínicos de la Memoria, Argentina, 2019, 2020, 2021; Assessora Regional “Territórios Clínicos de la Memória” (TeCMe). Membro do Coletivo RJ Memória Verdade Justiça Reparação, da Plenária Anistia Rio e do Coletivo Psicanalistas Unidos pela Democracia.

LUCIANA LOMBARDO

Professora de história, pesquisadora do Núcleo de Memória e Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Memória, movimentos sociais e direitos humanos; é historiadora e doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional. Colaborou com a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro e integra a Comissão da Memória e Verdade da UFRJ. É autora do capítulo “A polícia e os livros vermelhos” em Livros vermelhos: literatura, trabalhadores e militância no Brasil. É membro da CMV-UFRJ, produtora, pesquisadora e roteirista da série “Incontáveis”.

MURIEL ALVES

Documentarista, professora e roteirista de não-ficção. Nos últimos 10 anos atuou na equipe de conteúdo de dezenas de documentários exibidos em festivais no Brasil e no exterior como “Torre Das Donzelas”, de Susanna Lira, ganhador dos principais prêmios do Festival de Brasília, Mostra de São Paulo e Festival do Rio. Para o mercado de streaming, trabalhou como roteirista na minissérie “O Ninho: Futebol e Tragédia”, dirigida por Pedro Asbeg para a Netflix e como diretora assistente na série documental “Jessie & Colombo – Amar é Resistir”, dirigida por Susanna Lira para o Globoplay. Atualmente é chefe de roteiro da série documental “Arrastados”, dirigida por Mariana Jaspe para o Globoplay, baseada no livro de Daniela Arbex.

DARIO GULARTE

Roteirista e diretor cinematográfico. Dirigente da Domínio Público Agência Cultural, trabalha em parceria com diversas instituições públicas brasileiras nas esferas federal, estadual e municipal com vistas ao desenvolvimento de projetos de produção, distribuição e exibição de conteúdos nacionais e latino-americanos no Brasil e no exterior. Em sua trajetória, já dirigiu associações de classe, organizou e participou de encontros nacionais e internacionais do setor audiovisual. Como curador de mostras e festivais, jurado em comitês de seleção e consultor de políticas públicas, atua na disseminação do audiovisual brasileiro e latino-americano.

Comissão da Verdade e Memória – UFRJ