A Toga
Entre os muitos elementos que compõem um julgamento nos tribunais brasileiros, está o traje usado por desembargadores e juízes federais, conhecido como toga. A vestimenta impõe austeridade e solenidade aos atos do Judiciário.
Togas são vestes talares – “talar” vem do latim talus, que significa calcanhar -, vestimentas cujo comprimento vai até os calcanhares. É um traje que simboliza poder, dando especial representatividade a quem os usa. E no caso da vestimenta usada pelo Judiciário, a cor preta enfatiza essas características.
A toga começou a ser usada na Roma Antiga – antes de Cristo – e é um dos símbolos da magistratura. “Quando um juiz adentra o recinto de um tribunal e todos se levantam, não estão se levantando para o indivíduo, mas para a toga que ele veste e para o papel que ele vai desempenhar”, sintetizou o professor norte-americano Joseph Campbell, no livro “O Poder do Mito”.
O TRF2 utiliza três modelos de toga:
Abaixo podemos ver, respectivamente, as togas do desembargador federal Romário Rangel (primeiro presidente do TRF2, no biênio 1989-1991) e do juiz federal Oswaldo Horta Aguirre (segundo juiz da SJES, após sua recriação, em 1965):
As duas vestes se encontram expostas no Centro de Memória da Justiça Federal do Espírito Santo, localizado em Vitória.
No local, também se encontram em exposição as togas e o capelo de juiz federal do desembargador federal do TRF2, Antonio Ivan Athié.
Na foto abaixo pode ser visto o capelo de juiz federal da desembargadora Lana Regueira. A peça, atualmente, está em desuso.
Em seguida, a mesa de trabalho de Maria Rita Soares de Andrade. Advogada, feminista e magistrada brasileira, Maria Rita tornou-se, em 1967, a primeira juíza federal do Brasil.
Ao lado da máquina de escrever, encontra-se o capelo. No roupeiro, sua toga.
Natural de Aracaju, SE (3 de abril de 1904), Maria Rita formou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia em 1926, sendo a única mulher em sua turma e uma das primeiras da Bahia a concluírem a graduação em Direito.
Trabalhou como advogada, procuradora da República ad hoc e procuradora-geral do Estado ad hoc. Ingressou na Justiça Federal em 1967, no Rio de Janeiro, onde permaneceu até se aposentar em 1974. Faleceu em abril de 1998.
Montou-se uma exposição com peças de seu escritório no Foro da Desembargadora Federal Marilena Franco, como singela homenagem da SJRJ.