Juízes que atuam como formadores conhecem experiência da Escola Nacional da Magistratura da França*

Publicado em 02/09/2013

        Cerca de 20 magistrados das Justiças Federal e do Trabalho – que atuam como formadores nas Escolas de Magistratura – participaram do curso de Formação de Formadores, realizado de 26 a 30 de agosto, na Seção Judiciária do Rio de Janeiro.  O treinamento foi uma iniciativa do Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal (CEJ/CJF), em parceria com a Escola Nacional da Magistratura (ENM) da França, a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados da Justiça do Trabalho (Enamat) e a Escola da Magistratura Federal da 2ª Região. 
        Durante o curso, os magistrados obtiveram bases teóricas, metodológicas e pedagógicas para concepção, implementação e avaliação de programas de formação inicial e continuada, de modo a atender às especificidades que caracterizam a formação profissional especializada.  O treinamento foi conduzido por duas magistradas francesas que atuam na formação de magistrados na ENM francesa, Anne-Marie Morice e Catherine Grosjean. Essa escola é reconhecida mundialmente pela expertise em matéria de formação de magistrados.
        “Como formadoras, tivemos a impressão de que, graças ao forte envolvimento e comprometimento do grupo, atingimos o nosso objetivo, que era ajudar os magistrados brasileiros a definir os objetivos de formação e pedagógicos, saber conduzir uma formação utilizando os métodos ativos, que são mais adequados à formação profissional do que os métodos expositivos normalmente utilizados”, disse a magistrada Anne Marie Morice. Segundo a juíza, os formadores aderiram totalmente ao trabalho proposto, de forma que, ao final da capacitação, adquiriram as habilidades necessárias para que sejam capazes de colocar em prática as informações recém-adquiridas, que se transformarão em competências no ambiente de trabalho, com a finalidade de aperfeiçoar a formação dos magistrados brasileiros.
        Para ela, uma semana de formação não é muito, mas é uma primeira etapa. “Na França dizemos que é preciso evitar que o suflê murche. Ou seja, as pessoas terminaram uma formação e estão com vontade de colocar em prática o que aprenderam. É preciso que as escolas encontrem uma maneira de fazer com que os magistrados utilizem suas competências recém-adquiridas, seja pela troca de experiências entre eles, seja por outras ações de formação mais curtas no futuro, para manter essa dinâmica”, avaliou.
        Para o grupo de juízes que participou do treinamento, conhecer a experiência da França foi enriquecedor. Um dos pontos altos do treinamento, segundo um dos participantes, foi a possibilidade de congraçamento entre a Justiça Federal e a do Trabalho. De acordo com outro juiz, sem a profissionalização dos formadores  não há como avançar na melhoria da formação dos magistrados brasileiros. Por isso, segundo outro magistrado, abriu-se um novo mundo de possibilidade de forma de ensino, além do método tradicional.
        O evento contou com tradução simultânea e foi desenvolvido por meio de conferências teóricas, estudos de casos práticos e de situações profissionais, além de apresentação de experiências inovadoras e oficinas.  Entre os tópicos desenvolvidos, estavam a abordagem teórica da formação de adultos; a especificidades da formação de magistrados; a qualidade, competências e conhecimentos dos magistrados; os objetivos da formação, concepção e desenvolvimento de um programa pedagógico; entre outros.
 
Novo modelo pedagógico
 
        O modelo pedagógico da Escola Nacional da Magistratura da França está sendo utilizado como referência pelo CEJ/CJF pela sua reconhecida excelência em matéria de formação de magistrados. A formação de formadores é uma etapa da consolidação do modelo pedagógico trazido pela Resolução CJF n. 233/2013, que atualizou o Plano Nacional de Aperfeiçoamento e Pesquisa para Juízes Federais (PNA). Em novembro de 2012 houve uma bem sucedida experiência de formação de formadores, promovida pelo CEJ e a Enamat e, devido a esse êxito, foi proposta nova edição do curso.
 
*Fonte:  Assessoria de Comunicação Social do CJF
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